sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


No dia seguinte lá fui eu falar com ela sobre a noite anterior.
Estava ensaiando... pra variar.
Com a mesma roupa que usou de noite – só que sem a calça jeans – estava sentada na beirada da cama de frente a seu amigo com o violão em punho. Precisava tirar algumas músicas para aquela tarde...
Ainda recebeu duas visitas naquela manhã. E ganhou um escorredor de pratos...
...
Decidiu por então ir à casa de um certo alguém para pegar uma das músicas.
E lá foi ela.
Pegaram a música, cantaram, riram e discutiram. Discutiram?
Quando me contou eu quase não acreditei. Nunca tinham discutindo antes... Nem quando havia mesmo motivos para isso...
Indo para casa, ela pensou em muitas coisas. Mas apenas pensou.
Se banhou e foi para a igreja arrumar o som.
Não foi como gostaria que fosse mas, foi para diminuir ela e seu parceiro para que Deus crescesse diante deles...
Após a missa, ela foi até a casa de sua amiga junto com o marido dela e sua sobrinha, que por sinal havia a conquistado! Como elogiou essa menina! Havia gostado e muito dela...
Conversaram, riram e comeram muita pipoca e muito biju. Até os outros que haviam ido para a missa mais tarde chegarem e se reunirem em volta da mesa.
Uma de suas amigas a levou para casa e por lá ficaram até a mesma receber uma ligação de outro alguém, e ir ao seu encontro...
Ela, já deitada muito tempo depois recebeu uma mensagem no celular daquele com quem havia discutido durante a tarde... E sem pensar duas vezes, lá estava ela ligando para o mesmo...
Pedido de desculpas. Gostou do que ouviu.
Mas era mesmo para gostar? Poderia ela gostar? Deveria gostar?
Deveria ela contar aquele com quem estava na noite anterior sobre isso?
Estava dividida...
Gostava de um diferente de como gostava do outro. Era como se os dois se completassem.
Um a acolhia nos braços. Era capaz de fazer o mundo parar e não fazer o menos sentido com apenas um olhar.
Um abraço era o fim da angustia. Um beijo e adeus tristeza...
O outro era preocupação. Bastava uma ligação ou mensagem perguntando se estava bem ou se havia jantado para o coração querer pular pela boca.
Era capaz de fazer da pior situação um divertimento. A pior sensação um aprendizado. Do choro um riso...
O abraço era completo e o beijo anestesiante...
Não é certo! – disse à ela.
Eu sei... – me respondeu.
Estava feliz e triste ao mesmo tempo, mas o sentimento que se passava em sua cabeça hoje era de confusão.
Mas estava desconfortável com situação. E estava afim de sair dela...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Sou fla-fla...


Não era pra ter sido daquele jeito...
Aquele dia foi completamente diferente do planejado outrora.
Era pra ter trabalhado somente na parte da tarde, mas, lá estava ela bem cedo indo trabalhar.
Era pra ter conseguido fazer tudo de atrazado, mas lá estava ela indo embora no fim da tarde com muita coisa pra fazer no começo da semana seguinte.
Fiquei a observando...
Estava mais ‘gorda’, ou era impressão minha? Seu cabelo estava mais liso ou era coisa da minha cabeça?
Ela andava a passos largos indo ao ponto de ônibus. Queria chegar mais cedo em casa?
Desceu na casa de uma senhora de idade que havia esquecido dois óculos na recepção. Uma alma caridosa... Um bom coração.
Foi à pé para casa e no meio do caminho... chuva.
Adorava banhar na chuva. Fiquei observando-a enquanto ela se divertia com a água em caindo em seu rosto. Ora olhava para cima, ora abria a boca e sentia a chuva a invadindo... Seu corpo molhado, seus pés encharcados...
Chegando em casa, ela se banhou e recebeu uma amiga. Conversaram e desceram juntas na igreja enfim passar na casa de outra amiga.
Nesse meio tempo, uma ligação... alguém que gostaria de ver e que já tinha tempo que não via...
Era bonito o brilho que surgiu no olhar dela.
Um convite. Menos de meia hora depois, lá estava ela comendo pizza.
Depois?
Outro convite. E lá estava ela se arrumando para ir a um show de uma dupla de amigos...
Jeans, camisa roxa, sandalha... “Ah que saudade do estojo de maquiagem!!” – pensou ela.
E lá foi ela. De opala dourado ao lado de um anjo...
Aquela noite foi diferente. Eu olhava pra ela e não me parecia a mesma de antes. Havia um novo olhar, uma nova cara, parecia mais velha.
Mas ao mesmo tempo estava se sentindo à vontade... Dançou, brincou e riu a noite inteira. Não precisava de mais nada...
Ao lado de um anjo, curtiu a noite de uma forma que havia muito não curtia. Ofereceu e recebeu carinhos dele. Perfeito...
Ainda passaram em outro lugar mas, era bem ‘pesado’...
Foram pra casa. Ainda conversaram muito...
Estava ela gostando daquele rapaz. Já tinha acontecido varias situações em que eu a via falando dele mas achei que fosse coisa de minha cabeça. Mas não era! Ela estava mesmo gostando dele... estava o deixando se aproximar dela... estava enfim deixando que Deus a mostrasse o plano dele... estava querendo simplesmente ser feliz e deixar o passado onde ele merece estar. No passado.
Se despediram com um beijo.
Mas foi mais que isso. Bem mais que isso.
Foi mais que estar com outro homem... Pra ela, era a luz tão sonhada no fim do túnel, a felicidade que tanto corria contrária à ela, o sorriso espontâneo, o abraço quente, a mão que se elevaria para enxugar possíveis lágrimas, a mão quente que estaria apertando a dela enquanto caminhariam nas ruas...
Estava com uma sensação de paz... e disposta a seguir e investir naquilo.
Eis que é chegada a hora...
Foi dormir quando já era quase sol nascido.
O dia seria cheio. Ensaio, missa, ensaio, violão, ensaio, estúdio, ensaio, som, ensaio, tocar...
E dormiu...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Voando... literalmente!


Esses dias estava eu deitado em minha cama, já quase dormindo quando me deparei com uma ligação dela...
Antes de atender eu fiquei vasculhando em minha mente quando teria sido a última vez que ela havia ligado pra mim...
...
É... fazia bastante tempo.
Ela me contou que estava com dois de seus amigos em sua casa e que bastou um violão e sua voz em conjunto com outra pra aquilo que deveria ser uma visita, se tornar um momento de adoração... E que havia se lembrado de mim e que gostaria que eu fosse até lá compartilhar.
E eu fui!
Chegando lá eu percebi que ela não havia ligado somente para mim. Haviam outras pessoas lá... Algumas jogadas ao chão, outras chorando, ela e outro alguém cantando...
As coisas da casa permaneciam no mesmo lugar da última vez que fui mas, parecia que o lugar se tornara maior, sei lá...
As músicas eram de adoração e louvor.
Não me lembro de quando foi mas, acordei deitado de barriga pra cima de frente a pia da cozinha. Era uma sensação de acolhimento...
Olhei pra ela e lá estava ela recebendo um abraço de um dos meninos... Um 'preto'... Mas o abraço era diferente, era carinho demais pra um simples amigo...
Depois do abraço ela disse: "Quando saíres por essa porta, estarás voando...".
Em seguida as pessoas se abraçaram e se confraternizaram e se foram de uma por um. Já era bem tarde quando eu consegui me levantar...
Quando finalmente consegui abraçá-la, ela meio sem jeito e ao mesmo tempo perdida me disse que eu era especial e que estaria me esperando para outras visitas.
Ainda olhei de relance e vi junto à ela o mesmo garoto negro (agora a segurando pela mão com os dedos entrelaçados), uma menina baixa de aparelhos e cabelos castanhos e um garoto alto e forte, que ela cantava e passava o violão de vez em quando durante a adoração ficando lá com ela...
Saí daquele lugar com uma sensação de paz tão grande! Era assim que ela queria mesmo a casa dela... Cheia de poder.
Cheguei em casa, escovei meus dentes e me deitei.
Quando acordei na manhã seguinte, o lençol da minha cama estava perfeitamente esticado. Parecia que eu não havia deitado...
Ou será de voei...?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Marcas...


Estou cansado disso.
É sério... estou cansado...
Nunca mais – eu disse – nunca mais ela me procurou pra conversar. Se esquiva daqui, escorrega dali... Diz que está sem tempo, que está dobrando do serviço, que anda muito cansada e blá blá blá...
Cansei.
Cansei e fui novamente visitá-la...
E lá estava ela, com seus enormes olhos me encarando...
Como de costume foi logo me contando estórias longas e ricas em detalhes.
A primeira delas foi da capacidade das pessoas que estão próximas a ela se incomodarem com algo que possa lhe fazer mal.
“Excesso de zelo” – explicou ela.
E como parecia óbvio o lugar que estaria quando tentava ‘dar o perdido’ nos amigos...
Estava espantada, era bem verdade que estava.
Me contou que estava em casa e recebeu duas ligações de pessoas completamente diferentes e de estórias com ela distintas mas que falaram e perguntaram a mesma coisa...
Omissão??
...
Foi melhor assim.
Depois me contou dos planos e projetos em seu trabalho.
Estava stressada... e muito! Mas disposta a se arrebentar toda...
“Terei recompensa...” – falou ela.
Estava esperançosa... Tinha planos, projetos, dívidas, sonhos... E podia estar a um passo de alcançar o que deseja.
Daria novamente a cara pra bater... Sei que sim.
Depois me falou da visita no fim de semana. Gostosa. Reconfortante...
E da saída...
Depois de duas noites sem dormir mais de 4 horas, lá foi ela trabalhar no domingo...
Ok, de manhã ela realmente trabalhou. (mas fiquei a imaginando... coçando os olhos de sono...).
Antes de ir, se lembrou de um lugar que poderia ir e que seria bem recebida e que poderia descansar...
Após a ligação avisando que iria, lá foi ela... E ao chegar, um abraço... Um longo abraço... Depois do almoço não teve duvida de seu destino.
Cama.
Ainda se lembra de ter bebido água algumas vezes durante o tempo que dormiu...
Ao me contar essa parte, ela abaixou a cabeça e sorriu... Estava feliz pelo que aconteceu e por quem tinha feito acontecer... Parecia que estava me contando algo que ela mesma não imaginaria que seria possível... Que jamais aconteceria...
...
Acordou muito tempo depois e foi pra casa de uma amiga esperar os amigos que foram à missa. (Sim, ela não foi... e nem estava em condições pra isso...).
Ao chegarem, uma pessoa que não era esperada chegou também...
Farofa, pipoca, coca-cola...
Conversas, risos, encontros, carinhos, zoação, pirracinhas, beijos, big brother, volta pra casa, companhia...
Naquela noite foi diferente dormir...
Algo a envolvia, algo falava, algo a fazia escutar...
E pense no sono?
Perguntei se já tinha sido recuperado...
“Sono perdido nunca é recuperado...” – me respondeu ela.
Concordo.
Ainda me contou um monte de coisas... conversas com alguns amigos em especifico, alguns medos, algumas frustrações, algumas confusões...
Mas confusa de quê, cara pálida??
“Ah... meu coração... achei que sabia todas as respostas... mas quando dei por mim, alguém mudou todas as perguntas...” – me disse ela num tom de tristeza.
Estava ela dividida?
Era o que parecia...
Um era aquilo que sempre quis e que por alguma razão deixou de ser. O outro a completava – as vezes.
Um a deixa sem rumo, capaz de mover céus e terra pra estar perto. O outro um dia foi assim e hoje deixa a desejar.
Um é carinho, preocupação, dengo... O outro é piração, loucura, ‘coisa de pele’...
“Mas os dois se completam!” – ela disse.
Seria certo então medir as bem-aventuranças? Dosar e ver quem realmente a faz bem?
Seria o certo??
“Beija-flor beija várias flores até descobrir a que tem o melhor doce...” – falou ela num tom de brincadeira.
É verdade. E o mais interessante é que ele ainda, mesmo depois de descobrir a que tem o melhor doce, beija a outra sem o menor pudor...
...
Ainda estava marcada. E sabia disso.
Incrível como alguém confuso consegue confundir mais meio mundo – ou pelo menos aqueles que estão próximos...
E fui embora.
Estava me sentindo estranho dessa vez.
Era uma mistura de tristeza... Achei que ela tinha virado mais essa página em sua vida.
De alívio... Embora tivesse algum tempo sem a ver, ainda era a mesma menina de sempre.
De medo... Vê-la sozinha... e querendo estar daquele jeito.
De felicidade... Os planos dela dando certo.
De confusão...
Ops! Não disse... Até eu fiquei confuso...