Havia um tempo na vida dela em que ela queria entender a tudo... a tudo e à todos... esse tempo se passou, hoje ela nem se importa em entender, nem que alguém a entenda...
Houve um tempo na vida dela em que ela achava que nada de bom acontecia, que tudo aquilo que ela gostaria de viver, para ela sempre demorava além do tempo que ela entendia como o correto... hoje já nem é mais assim...
Houve um tempo também em que ela nada fazia por ela mesma... sempre tinha um alguém na frente... vontades que hoje nada fazem sentido...
Ela leu no finalzinho do ano passado (e só hoje pode me contar isso) um livro chamado "A esposa que ora", ok, ok, ela ainda não é esposa, mas pra quem já teve a oportunidade de ler viu que não é bem específico assim...
Enfim.
Nesse livro, ela aprendeu a estar em constante oração, sobre todos os assuntos pertinentes, dentro e fora de um relacionamento... e com isso, lá foi ela colocar em prática o tal lição.
Foram tempos em oração e silêncio.
As vezes caía... caía, e em meio à lágrimas ela retomava a permanência em oração.
E as coisas com o passar do tempo foram se tornando mais claras, os olhos foram se abrindo e enfim houveram respostas... respostas essas que até então não havia importancia, mas que agora, em meio as circunstâncias se tornaram essenciais...
Uma delas é com relação a algumas pessoas que ela as tem como amigos. Os amigos verdadeiros não são aqueles que remetem números nem os que fazem números, mas aqueles que ela briga, se chateia, mas quando se encontram é extremamente fácil dizer que os ama...
Tem a questão familiar... que no fim tem se ajeitado...
E agora, não menos importante (mas é o que tem mais feito ela feliz), o relacionamento com o anjo... Literalmente um anjo na vida dela, como todos os defeitos dela, palas, jeito dificil... lá está ele, tirando-a do cotidiano, a fazendo rir, sem graça e sem palavras pra agradescer...
Mas o que ela mais havia posto em oração foi quanto ao seu dom (ou suposto dom) que ela tem... as vezes ela tinha ânimo contagiante, queria fazer e acontecer... outras vezes ela se sentia triste e desmotivada e quando tinha oportunidades... lá vinha o nervosismo...
E ela orou.
Orava e estudava... aprendia e se dedicava (na medida do possível).
Daí veio o convite de coordenação, numa rotina de ensaios exaustivas porém compensantes!!
Por fim, mas um desafio: assumir (de vez) a escala das missas...
Para ela, definitivamente foi aí que ela percebeu algumas coisas.
Naquele dia ela ainda participou de uma tarde de formação, com uma palestra de uma pessoa que ela tem muito carinho e admiração, participou de um pedacinho de uma adoração e só então foi para a igreja.
Lá chegando, bateu nela um pavor, um nervosismo que não passava... ainda foi umas três vezes na sacristia, passou as musicas, testou o microfone-cabo-violão e, por fim, foi ao santíssimo...
A oração foi direcionada ao dom... será mesmo que ela deveria estar alí e não uma outra pessoa mais capacitada e merecedora do que ela?
Uma única prece foi feita:
- "Senhor, estou sozinha... cante em meu coração e transmita em mim sua paz..."
Aquela missa foi diferente... as coisas aconteceram... as musicas... a homilia do Chico... o ação de graças...
No fim, uma senhora que pouco ela viu chega perto dela (ela ainda arrumando o violão na capa, enrolando o cabo - emprestado - e o anjo desligando o cubo) e diz:
- "Quando eu entrei na igreja, eu tive a impressão de ter uma galera cantando... quando vi, era só vc... obrigada!"
Valeu pelo nervoso, pelas lágrimas e chateação passadas...
A noite ainda rendeu na festinha do botafogo... pena que o cansaço e lembrança do dia seguinte ser uma segunda-feira fizeram ela e o anjo se despedirem dos demais ainda 'cedo'...
Valeu a pena! ^^