sexta-feira, 5 de junho de 2009

Momento nostalgia I

Esses dias ela se pegou mergulhada em pensamentos... e por muito tempo se dedicou a somente isso.
Estava com idéias, sonhos, preocupações, medos, desejos, anseios e mais uma dezena de coisas dentro da cabeça girando, girando e girando...
De onde saía e se criava tanta coisa Deus do céu? Em meio as marmitas, visitas, lágrimas, ensaios, cansaço, desgaste, missão, falta de paciência e mais um mundarél de coisas que estava se ocupando, ela ainda tirava tempo pra pensar...

Estava só. Novamente só. E sabia disso...

Estava escutando muitas palavras duras... mas permanecia de pé... precisava se manter assim. Mas até quando aguentaria? Até onde mais poderia contar com a sorte e não admitir que não estava tão bem assim? Até quando suportaria certas coisas sem se revoltar e libertar a sua raiva ao vento? Ate quando...
Estava cansada da vida que estava vivendo... cansada de ser a pessoa que alguns mantiam distancia por alguma coisa ou outra, de ser tratada como bibelô de outros tantos.
Na verdade queria ser ela e tão somente ela... Mais nada.
Estava com saudades de quando se levantava pra ir trabalhar, de andar de ônibus, do engarrafamento no colorado, na forma como encara o mundo e as pessoas...
Com saudades de se sentir protegida, de saber que tem alguém que se preocupa com ela e de se preocupar com alguém...
Saudade de conversar no portão até bem tarde, de escutar elogios sinceros, de abraços fortes, de acordes em um certo violão vermelho...
Saudade dos sábados à noite...
... e das tardes de domingo...
... e das noites de domingo...
Saudades de ter a sua opnião como importante sobre as músicas da missa...

SAUDADE. Essa é a palavra.

E todas as vezes que ela a sente, é como se ela mesma estivesse fazendo um corte em seu corpo. Pode-se imaginar uma faca... com a lâmina cega... e cada vez que se omite em alguma coisa, lá se vai mais um corte...
As vezes ela corta várias vezes no mesmo lugar...
Gostaria (muito) de voltar no tempo. De mudar alguma coisa no passado pra ver se no presente faria alguma diferença. Tem vontade de falar, de escrever, de visitar, de cantar, de tocar... Mas algo fala muito mais alto e a diz que esse é o melhor momento de se calar... calar e escutar o que Deus tem a dizer...

Estava tendo contato com Deus novamente... e, embora ainda não tenha se derramado como gostaria, já o sentia próximo.
Nas noites de angústia, nas lágrimas, nos medos, nas mágoas e nas frustrações. Por tudo isso, a única coisa que ele pede à ela e paciência... E ela o tem escutado...

Quando a sensação de angústia vem e a faz desmachar o sorriso, é certeza de acontecer algo de sobrenatural. Seja com uma palavra de desconhecido, seja no sorriso de uma criança, seja numa ligação e nas palavras de carinho e apoio de um alguém que deixou de ser muito mais que amiga, seja no som do seu violão...
Deus tem mostrado e ela tem visto (ou está tentando ver) as providências em sua vida.

Basta crer! - eu disse à ela.
Eu sei... - ela me respondeu.

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