sexta-feira, 9 de julho de 2010

Aos doentes... remédio, ué!!

Sábado passado foi bem pacato no trabalho dela... e ainda bem, porque ela não tava prestando pra nada, com tosse, febre e moleza...
O dia passou e lá foi ela de volta pra casa.
No primeiro ônibus, Cruzeiro-Rodoviária, ela entra e percebe que só tem um banco vazio... e é bem aquele que fica lá no fundo e no meio e que ninguém gosta dele... já que a pessoa que nele senta tem que ter boa postura pra não ficar de pernas abertas pra quem vai passar na roleta, tem que se segurar pra não cair em cima dos vizinhos dos lados, e tem que prestar bem atenção aos movimentos do ônibus, já que, numa eventualidade de colisão, será quem está alí o jogado pra frente sem ter como não cair...
O fato é que o ônibus lotou logo em seguida.
- Bacana. Pelo menos não vou em pé. Pensou ela.
Acontece que, do seu lado direito estavam duas piriguetes moças que não paravam de falar de macho. Falavam alto, dançavam, mexiam com os homens de dentro do ônibus e etc.
Tudo bem.
Do lado esquerdo, lá no canto estava um rapaz de é portador da síndrome de Down. Esse mesmo, de tempos em tempos falava algo em voz alta. Hora falava as horas, hora falava coisas sem sentido, hora ria alto...
Tudo bem.
Num determinado momento ele falou alguma coisa e um das piriguetes meninas imitou...
Pronto.
Armou-se um clima de chacota dentro do ônibus. Hora o rapaz doente falava e elas respondiam, ora o inverso... daí teve um momento ela se confundiu em quem seria o doente da palhaçada...
De fato, nada daquilo foi engraçado. Em nenhum momento. Mesmo.
Ela desceu do ônibus e até entrar no outro Rodoviára-SobradinhoII esteve a pensar sobre isso... Até que ponto as pessoas tendem a respeitar os outros? E até que ponto elas mesmas tendem a si respeitarem?
Temos feito uma divisão coerente entre as pessoas "doentes" e as "normais"?
As "normais" tem o devido respeito com os "doentes"?
=
O motivo pra ela ter se lembrado desse episódio foi que hoje de manhã tinha uma pessoa que aparentava ser "normal" mas que se comportava como um "doente".
Aliás, 'doente' não pra não ser injusto com os mesmo, o camarada tava mais pra "babaca" mesmo!
Daí que o 'babaca' 'doente', vendo o ônibus cheio resolveu ir na porta lá de trás penturado. Não satisfeito, o 'babaca' 'doente' a cada virada que o ônibus dava, hora pisava no pé dela, hora segurava pr cima da mão dela, e hora ia segurar e dava um tapa na cabeça dela...
Ela, que num determinado momento já estava fazendo a sua melhor cara de brava/puta-da-vida/raiva, além das outras pessoas que o mesmo também estava perturbando percebe que o ônibus vai virar e pensa:
- O que será que esse 'babaca' 'doente' vai inventar agora??
Batata.
O 'babaca' 'doente' foi se segurar e... tum! um beliscão na coxa dela!!
Aí foi demais.
Pow-ha!!
- Amigo, na boa, qual o teu problema? Não porque tem que ser um doente mesmo pra uma hora dessa da manhã ficar perturbando as pessoas desse jeito... - disse ela.
Que chateação...
Faremos o seguinte: doente são aqueles que perturbam de manhã com seus celulares da feira dos importados tocando hits que são sucesso na ClubeFM... são aqueles manés que perturbam de manhã de qualquer forma... são aquelas pessoas sem noção que te pisoteiam e riem alto em ambiente silenciosos... são aquelas pessoas que falam isso e aquilo, que pregam na igreja e na rua, que faz visita, que diz que faz e acontece mas que no fundo no fundo não vive nada daquilo... são aquelas pessoas que se enxergam felizes, posam sorridentes mas se for ver vive uma vida miserável... são aquelas pessoas que rodam, rodam, rodam mas os anos passam e lá estão elas voltando para o erro... são aquelas pessoas que não enxergam as necessidades do próximo...
Tudo bem. 
Parece e é um desabafo...
É que as vezes não tem como mesmo diferencias os 'doentes' dos 'normais'...
O melhor que se pode fazer é tomar nosso remédinho Gardenal, vergonha-na-cara... de manhã antes de sair de casa, e deixar sempre ligado o nosso Desconfiômetro.

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