terça-feira, 8 de setembro de 2009

Nem tudo é mel na vida das abelhas!

Ela estava pensativa.
Pensava nas coisas que tinha, nas que não tinha, nas que gostaria de ter, nas que já tivera... e em meio a tantos pensamentos ela decide em pensar nas coisas que (achamos) que temos e 'do nada' deixamos de ter.
E não tinha porque em não pensar nas coisas que tinha e que teria que deixar...
Estava refletindo sobre o desapego...
E o maior exemplo de desapego vem das abelhas!
Após construírem a colméia, abandonam-na. Mas não a deixam morta!! Em ruínas... mas viva e repleta de alimento!!
Todo mel que fabricaram além do que necessitavam é deixado sem preocupação com o destino que terá.
Batem asas para a próxima morada sem olhar para trás!! Imagine...
No caso da VIDA DAS ABELHAS ela aprendeu uma grande lição...
Em geral construimos para si, pensamos no valor da Propriedade, temos ambição de conseguir mais bens, sofremos e brigamos quando há iminência de perder o que "lutamos para adquirir."


"Onde estiver nosso coração, ali estarão nossos tesouros..."


Assim, não poderia haver paz em seus pensamentos uma vez que pensamentos e sentimentos formem uma tela a prendendo ao que ela julga sua propriedade...
Essa teia não estava deixando alçar vôo para novas moradas!
E esse tal impedimento ocorre quando um simples pensamento passa, como "Para quem vai ficar a minha casa (coisas, família, amigos, namorado, emprego...)?"
É capaz de retê-la em uma etapa que já podia estar superada...
Ela fica aprisionada a um plano denso, perde oportunidades de experiências superiores....
Porque para nós homens, tirar a vida de animais e usá-los como alimento é normal.
Derrubar árvores para fazer conservas de seu miolo, também.
Costuma comprar o que está pronto e adquirir mais do que necessita.

Mas as abelhas fabricam o próprio alimento sem nada destruir e, ainda, doam a maior parte dele!!

A lição das abelhas vem do seu espírito de doação, de desapego ao que julgamos serem 'nossos'.
Num ato incomum de desapego, abandonam tudo o que levaram a vida para construir.
Simplesmente o soltam, sem preocupação...
Deixam o melhor que têm, seja para quem for - o que é muito diferente do nosso doar o que não tem valor, o que não queremos mais ou não nos serve, ou de dirigir a doação para alguém da nossa preferência, como nossos amigos e conhecidos.
Ela havia refletido e aprendido: Se queremos ser livres, se queremos parar de sofrer pelo que temos e pelo que não temos, devemos abrigar em nós um único desejo: o de nos transformar.
O exercício é ter sempre em mente que nada nem ninguém nos pertence, que não viemos ao mundo para possuir coisas ou pessoas, e que devemos soltá-las!!

Assim, quando alguém ou algo tem de sair de nossa vida, não alimentamos a ilusão da perda...

Adquirimos visão mais ampla.
O sofrimento vem quando nos fixamos a algo ou a alguém.
O apego embaça o que deveria estar claro: por trás de uma pretensa perda está o ensinamento de que algo melhor para nosso crescimento precisa entrar, não é mesmo!?

E se não abrimos mão do velho, como pode haver espaço para o novo?

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