sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A margem de interpretações...

Para ela, é extremamente abrangente dizer qualquer coisa. Qual coisa mesmo.
Como há em uma de suas comunidades no orkut: “A sua imaginação é foda!”. E é mesmo.
Algumas situações andaram acontecendo com ela que a mesma não conseguia entender. E passava horas de seu dia incumbida a desvendá-los...
Por várias vezes se via fazendo coisas no automático e sua cabeça longe. Por vezes foi vista falando sozinha enquanto caminhava na rua.
Por vezes foi perguntada – e surpreendida – por perguntas como “Você está bem?” ou “Está ficando louca?”...
É... não dava pra explicar.
E divagando em seus pensamentos, ela teve um súbito. Orkut e MSN eram o que de fato mais confundia...
O orkut por ele próprio é confuso. Nele a pessoa pode se passar por quem ela quiser. O cara pode se chamar Roberto e colocar ‘Nego drama’ que ninguém nota. A menina pode se chamar Beatriz e colocar ‘Princesa do Vale encantado’ com várias borboletinhas e coraçõeszinhos que ninguém fala nada.
E o que falar em foto? Pode colocar a foto da atriz dos “Rebeldes” ou a foto de calendário de mecânica. Quem vai dizer que não é? E ainda tem o álibi de bloquear os álbuns para que somente os amigos possam ver... (Bem útil – pensou ela).
No MSN a mesma coisa. Mas como não tem tanto ‘espaço’, o que dá o impacto é a frase...
Ela leu esses dias uma crônica do Arnaldo Jabour que falava exatamente nisso. Dizia que as frases de MSN muitas vezes falam do estado de espírito do dono – ou o inverso.
Por exemplo (isso está na crônica), a menina acabou de terminar um namoro e quer mostrar pro ex que está ‘por cima da carne seca’ e que está ‘pegando geral’, ela coloca “Meninas esse fim de semana foi fantástico!”. Na verdade ela está na maior deprê mas o ego é demais pra confessar que ainda não o esqueceu.
Tem outros que colocam propagandas e outros tantos que colocam os nomes que mais parecem códigos à serem decodificados...
Normal – Pensou ela.
A algumas semanas atrás ela espumava de raiva por conta de uma frase de um certo alguém. E não conseguia entender porque as pessoas faziam tanta questão de demonstrar o seu ‘momento’...
Mas ao mesmo tempo ela se lembrou de quando ela mesma colocava coisas assim. Faz tempo, mas colocava.
Eram frases que vinham em sonho e que a corroia por dentro... Mas que naquele momento era preciso estravazar aquilo... Mesmo sendo em palavras, mesmo sendo em silêncio...
E por tantas vezes ela mesma chorou em meio a uma conversa com alguém por MSN ou lendo um depoimento em seu orkut...
É normal isso? – Ela perguntava.
Mas voltando ao assunto. Foram várias vezes que ela leu algumas coisas que a interpretava de forma errônea. E por muitas ela sofria. Em vão? Talves necessário naquele momento.
Precisava aprender – e muito – o ‘benefício da dúvida’.
Mas foi horroroso ler e entender que estava sendo ‘deletada’ da vida de alguém ou que alguém precisava estar longe...
Ou ainda que ela era a falsa e que existia uma que era ‘verdadeira’.
Precisaria rebater? Estava disposta a rebater? Seria necessário rebater? Conseguiria rebater?
Não rebateu...
As vezes suas frases são impactantes. Outras mais meigas. Algumas com autoridade. Outras melancólicas. Mas o que mais gostava eram fragmentos de alguma música. Algumas antigas que outrora escutou na rádio. Outras que vinha em sua cabeça ‘do nada’. Algumas com um fundo de verdade. Outras nada a ver com o que se passa. Algumas secular, outras católicas ou evangélicas...
Músicas...
Era um outro meio de pensar inúmeras coisas a respeito.
As vezes – e numa mesma música, as sensações eram diferentes. A vezes a faziam lembrar de coisas boas, as vezes a fazia chorar.
Horas se passaram e ela já estava em casa se arrumando pra deitar quando seu telefone toca...
Alguém muito especial que havia adotado como amiga. Ou teria sido ao contrário?
Era um amor genuíno e que não precisava de muito pra existir. E pelo que se via, era forte o suficiente pra superar qualquer coisa.
Do outro lado da linha, palavras de consolo de apoio. Era só o que preciso – Pensou ela.
(...)
Naquela noite, ela dormiu melhor... Não precisava se esforçar pra entender alguma coisa. Nada era tão importante pra se entender naquele momento... Não ainda.
E prometeu a si mesma que daquele momento em diante não mais daria valor – além do que merecia – para qualquer coisa...
E ficou decidido assim.

2 comentários:

Viviane Zion disse...

"Cada ponto de vista é a vista de um ponto", já dizia um querido professor da faculdade. As interpretações que as pessoas podem fazer sobre nós podem ser incontáveis...

E podem ser intoleráveis!

Ou implacáveis...

Mas não somos responsáveis por elas. Somos sim, responsáveis pelas nossas escolhas. Isso basta.

Escolher bem é preciso.
Escolher não viver a mesma paranóia dos nossos pais, escolher não viver mergulhado na dor de um amor que não deu certo (ou acabou, ou se tranformou em outra coisa, ou sei lá o que)- ainda que doa (ainda! desculpe se pareço redundante), podemos escolher não viver gravitando em volta da dor e aproveitar muita coisa (boa)da vida, que não pára (só) porquetamos insatifeitos...

Podemos escolher fazer um trabalho bem-feito mesmo ganhando menos que achamos que merecemos...

Enfim. É isso!

No mais, há coisas que na sua idade a gente (ainda) não dá conta de perceber... Nessas horas o tempo é um grande aliado. Enquanto ele passa, a gente aproveita da melhor maneira possível.

Um dia a gente olha pra trás e se dá conta de que tudo valeu. TUDO. Até a dor se aproveita!

Amo-te.

Anônimo disse...

Sim, MSN ORKUT

Não a isso tudo.

Puxa, hj não quero me fazer entender...

Não chores por nada, mas sempre chore por algo. Sim chore um choro significativo a agua que lava alma é também sedativo para o coração.

Não sou primo, mas Heygon te nomeia prima...

Assim eu sou... Copiador

"Ó Feliz Culpa, que mereceste tão grande redentor!"