segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

... e chega de atos insanos I

A manhã seguinte começou diferente das anteriores.
Ela se banhou e começou a arrumar suas coisas. Começou só porque terminar mesmo...
Estava sem forças. Faria uma visita a um amigo doente naquela tarde.
Ao sair de casa um pedido à Deus: Força.
Naquele dia ela se imaginou já dirigindo. Não pela vontade de dirigir mas pelo tempo que ficou na parada esperando ônibus... Foi tanto que ela até participou sem querer de um ato pela paz de uma igreja local. Dois ou mais rapazes em cima de um trio elétrico cantando rap gospel.
E muita chuva...
Chegando no hospital, ela se lembrou de quando sua mãe e irmã faziam tratamento no mesmo. Viu também alguns pacientes. Mais na frente uma missa...
Subiu o elevador e chegando no andar de destino uma sensação estranha. Era uma sensação de calor, como se fosse um abraço...
Adentrando o quarto, seu amigo. Deitado na cama ele olhou pra ela e sorriu. Era um sorriso de surpresa. Na TV, um programa que refazia casas de famílias sem condições. Podia ter quadros na TV que refizessem caráter e bondade nas pessoas – ela pensou.
Passou a maior parte do tempo ao lado dele segurando a sua mão com a direita e o acariciando com a esquerda.
Embora calada, não houve um só momento que ela não clamava por aquela vida. Vida que estava lutando pra seguir em frente...
A chuva caia lá fora e dentro dela. Lá ela conheceu duas novas pessoas. Se tornaram amigos... Conversou muito naquela tarde com a mãe dele... Como gostava dela! E era genuíno... de graça...
Na despedida um pedido: “Vem me ver de novo antes de...”. Doeu. Mas ela sorriu e assentiu com a cabeça.
No corredor se despediu da mãe dele e desceu o elevador. Antes de sair daquele lugar se encontrou com mais dois amigos.
Passou no shopping próximo pra pagar contas e foi pra casa.
Ainda chovia muito...
No ônibus, sem querer e sem poder resistir ela chorou...
Era um choro diferente. Era saudade. Vontade de voltar e ficar ali... como se ela pudesse fazer algo a mais... Precisava tanto de abraço...
Descendo pra casa ela recebeu uma ligação de um de seus amigos que havia combinado de ir fazer esta visita com ela. Não deu... Ainda conversaram muito naquela noite.
Sua cabeça doía... Não tanto quanto o seu estomago mas doía...
Naquela noite não conseguiu comer.
Chovia lá fora e ela apenas rezava...
Rezou e dormiu. Dormiu e rezou.
E foi assim durante toda a noite....
Ainda antes de clarear a janela ela se levantou. Foi até o banheiro, lavou o rosto e se olhou como não havia feito a muito tempo.
Era outra pessoa que a olhava nos olhos. E que olhos!
Era uma outra face. Embora nada tivesse mudado muito, os cabelos talves, no corte, na cor... Espinhas quase nenhuma... Mas os olhos... Tinha algo diferente...
E se sentiu mais bonita. Seria o “Forte e Poderosa” outra vez? Porque aquela sensação do nada? E naquele momento?
Era uma sensação de autoridade. Poderia sair dali e ganhar o mundo...
Mas passou e ela se deitou novamente...

2 comentários:

Kézia disse...

E a chuva continua..

Viviane Zion disse...

Procure saber como é que "nascem" os diamamntes ou as pérolas... Você vai entender o porquê da sensação de "poder" logo após uma (ou umas) grandes "tempestades"... Amo-te.